Um dos pacientes é Bastião Pereira, de 62 anos, que tem paralisia cerebral e precisa de cuidados especiais. Por não conseguir andar, o idoso faz o uso de fraldas geriátricas. No entanto, faz dois meses que sua irmã, Rosimar Pereira, não consegue retirar as unidades na UBS da Vila São José
"A gente entrou em contato com a Prefeitura, mas eles não atenderam o telefone. A Ouvidoria deu o prazo de 20 dias para retornar com uma posição, mas, infelizmente, ninguém entrou em contato com a gente. Inclusive, eu fui até lá e falaram que não há previsão para as fraldas chegarem", lamenta.
Segundo Rosimar, quando as fraldas são finalmente entregues, a quantidade não é suficiente e alguns dos produtos apresentam defeitos.
"Está vindo com defeito. Estou recebendo uma quantidade pequena, que já foi reduzida, e com a questão das fraldas com defeito, a gente acaba tendo que descartá-las, o que faz faltar ainda mais", revela.
Em um comunicado enviado às famílias que fazem a retirada, a Prefeitura informou que o fornecimento está passando por um período de instabilidade, o que tem causado atrasos nas entregas.
Ainda segundo a Prefeitura, há um processo de contratação com novas empresas de fraldas, mas não há prazo definido para a normalização da situação.
Outro paciente que está sofrendo com a falta é José Ryan, de 16 anos, que é autista e convive com paralisia cerebral desde os dez anos. A mãe dele, Silvia Regina Sampaio, também relata o atraso do fornecimento das fraldas e reforça que a resposta é sempre a mesma, de que ainda não chegaram novas unidades das fraldas.
"Ele usa 190 fraldas por mês, varia de sete a oito por dia, e a gente fica sem nenhuma resposta. Não temos nenhuma posição da prefeitura, de ninguém", conta.
O pacote com 18 unidades de fraldas custa em média R$ 80. Com vários atrasos nos últimos meses, Silvia entrou na Justiça para conseguir a retirada do produto. No entanto, ainda continua sem resposta.
"É uma humilhação. Porque é um direito deles, é mandado judicial, tem que ser cumprido. A gente que precisa, como outras mães, ficamos de mãos atadas", diz.
Em contato com imaranhao360, o médico geriatra Vicente Spinola reforça a importância e necessidade do uso contínuo das fraldas, que funcionam como uma proteção para a pele.
"Se você romper essa pele, você abre uma defesa, porventura, para bactérias, fungos, etc. A troca de fralda deve acontecer, mais ou menos, de seis a sete vezes por dia, pra você ter certeza que esse paciente está bem tratado, bem alimentado e bem higienizado", finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário