O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), prestou depoimento nesta segunda-feira (8) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A sessão está marcada para as 16h e ocorre em um momento de grande expectativa política, especialmente por parte da oposição, que tenta associar o esquema às gestões do governo federal . Lupi, por sua vez, declarou estar com a “consciência e alma tranquilas” para enfrentar o interrogatório da comissão .
A CPMI, presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), foi instalada com o objetivo de apurar falhas operacionais e irregularidades no sistema de concessão e pagamento de benefícios previdenciários.
“Operação Sem Desconto”
A comissão foi instaurada em meio ao desvelamento da Operação Sem Desconto, desencadeada em abril de 2025 pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. A apuração revelou um esquema de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, envolvendo associações e sindicatos de fachada, que causou um prejuízo estimado entre R$ 6,3 bilhões no período de 2019 a 2024.
As investigações resultaram no afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na demissão de Lupi, que deixou o cargo em maio de 2025 .
Desdobramentos
A CPMI já aprovou pedidos de prisão preventiva e quebrou sigilos bancários dos principais envolvidos, incluindo o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes (“Careca do INSS”) e o empresário Maurício Camisotti, ambos alvos da Polícia Federal.
Segundo o esquema revelado, aproximadamente 4,1 milhões de beneficiários podem ter sido prejudicados pelos descontos irregulares.
O governo manifesta preocupação com possíveis impactos do depoimento de Lupi na percepção sobre sua gestão à frente da Previdência.
Além de Carlos Lupi, a CPMI tem agendadas para as próximas semanas as oitivas de outras testemunhas-chave, como Antônio Carlos Camilo Antunes (“Careca do INSS”) em 15 de setembro e Maurício Camisotti em 18 de setembro
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