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quinta-feira, 22 de abril de 2021

Flávio Dino critica discurso feito por Bolsonaro na Cúpula do Clima


Presidente do Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), avaliou de forma negativa o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima, realizada nesta quinta-feira (21) por sugestão do presidente norte-americano, Joe Biden. Dino disse que o Brasil foi humilhado porque seu presidente foi um dos últimos a falar e nesse momento Biden se ausentou da sala de onde acompanhava a reunião.

Flávio Dino seguiu o mesmo discurso dos que imaginavam que o Brasil sairia humilhado do encontro, sob forte acusação por conta de sua política ambiental, e que o presidente brasileiro iria adotar um discurso raivoso, que o isolaria mais dos demais países.

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que na véspera chegou a pedir a saída do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também se pronunciou. Ela disse que espera ter sido esse discurso uma mudança de atitude do presidente brasileiro.

“Espero sinceramente que o pronunciamento do presidente Bolsonaro na reunião da Cúpula do Clima represente uma virada na forma como o governo vem tratando o meio ambiente. Falo de virada porque é fato que o governo fez durante 2 anos o oposto do que prometeu hoje”, escreveu a senadora.

Eis o comentário postado pelo governador Flávio Dino:

“Além de excessivamente genérico, o discurso de Bolsonaro tem um grave problema: é incoerente com a realidade. Faltam ações que dêem amparo às palavras. Basta ver a situação absurda do Fundo Amazônia, paralisado desde 2019.

Minutos que Bolsonaro usou na Cúpula de Líderes deviam ter sido destinados ao anúncio de medidas imediatas e a reforçar propostas concretas, a exemplo do mecanismo REDD+, com garantia de recursos para comunidades tradicionais e povos originários. Além de um Green Deal brasileiro.

O presidente brasileiro ficou no fim da fila dos líderes a discursar. E o presidente dos Estados Unidos não ficou para ouvir. Ou seja, a esdrúxula diplomacia do Brasil como “pária mundial” foi bem-sucedida. Lamento muito. Haveremos de recuperar o nosso protagonismo global”.